sexta-feira, 13 de abril de 2012


Relato da reunião com a secretária da educação do município de São Bernardo do Campo



No dia 15 de Fevereiro de 2012, às 9 horas, os membros da coordenação da APEOESP/SBC se reuniram com a Secretária Municipal de Educação Cleusa Repulho, Pedro (diretor de apoio educacional), Fernando (diretor do departamento orçamentário e responsável pelo quadro do magistério), Fátima (assistente do Diretor Educacional).

Os pontos de pauta apresentados e debatidos foram:

1)      Municipalização do ensino em SBC;

2)      Lei 10639 “História e Cultura Afro-Brasileira”;

3)      FUNDEB;

4)      Assédio Moral;

5)      Aplicação da Lei do Piso e redução de 1/3 da jornada dos professores (as);

6)      Ponto abonado aos professores que se elegerem representantes para participarem das reuniões, encontros educacionais e Conferência da APEOESP.

Municipalização:

A Secretária esclareceu que existe uma ação civil pública contra a prefeitura que acarretou numa multa de R$ 200 milhões para zerar a falta de vagas nas creches do município. Não cabe mais recurso para essa ação, se o juiz mandar executar a sentença terá sequestro de receita. Ainda assim, consultamos o secretário do estado para sabermos se há o interesse em municipalizar do 6º ao 9º ano, chegamos à conclusão de que o governo do estado não apresenta mais interesse, nesse momento, de seguir com a municipalização do ensino fundamental II. No entanto, é apenas uma sensação, não recebemos nenhum documento formalizando a falta de interesse.

Nesse sentido, o prefeito Luiz Marinho tomou a decisão de que não temos condições de implantar a municipalização nessa gestão.



Lei 10639 “História e Cultura Afro-Brasileira”:

            A Secretária afirmou que essa temática foi implantada no currículo e que todas as escolas do município desenvolvem atividades relacionadas ao tema.



FUNDEB

            A Secretária ressaltou que o repasse do fundo não é suficiente e que o município complementa a folha que é destinada a equipe gestora, aos professores (as) e as OPs. Existe um conselho que acompanha esse repasse do recurso do FUNDEB e o complemento de 25% do município.

            O professor Paulo Neves questionou se a secretaria tem o levantamento da quantidade de professores e gestores que estão na rede atualmente e ressaltou que a coordenação, bem como os conselheiros da APEOESP nunca foram convidados a participarem da composição desse conselho.

            A Secretária informou que entregam uma relação nominal ao FUNDEB e que não vê problema se a APEOESP participar da eleição do conselho.



Assédio moral:

            O professor Aldo Santos informou que recebemos uma denúncia no sindicato de que o prefeito Luiz Marinho visitou uma escola do município e, na ocasião, uma professora alertou o mesmo de que para os professores beberem água precisam fazer uma vaquinha para comprar. A professora era do convênio da prefeitura com o estado, a partir do ocorrido a diretora da escola levantou todo o histórico profissional da professora e rompeu o convênio devolvendo-a para o estado. Entendemos que uma atitude como essa é assédio.

            A Secretária justificou que a professora já havia reclamado do sistema da prefeitura e que os gestores fizeram relatórios da atuação profissional da mesma. Acrescentou que caso a professora tenha se sentido injustiçada, a mesma tem o direito de buscar se defender, no entanto faremos o mesmo.

            O professor Aldo Santos esclareceu que no estado somos contra os relatórios, priorizamos o diálogo para a resolução dos conflitos. É necessário democratizar as relações, para que as coisas possam ser tratadas sem constrangimentos. Nós recebemos várias denúncias no sindicato sobre a relação dos gestores, do sistema com os professores da rede municipal, temos relatos de que os professores passam 14 horas nas escolas em dia de HTPC e que se quiserem tem que tomar água da torneira, na qual, mesmo sendo colocada na geladeira não é mineral. Nós da APEOESP vamos encaminhar os relatórios a secretaria municipal da educação e aguardaremos retorno.

            O professor Paulo Neves reforçou que para nós da APEOESP deveria ter resolvido essas questões dialogando com a professora, a nossa impressão é que foi feito um conjunto de relatórios contra a professora.

            A Secretária informou que foram respeitadas todas as instâncias internas e prazos para romper o convênio da professora.

Aplicação da Lei do Piso e redução de 1/3 da jornada dos professores (as):

            A Secretária explicou que estão discutindo o estatuto do magistério e que foi montada uma comissão nomeada para a implantação da redução de 1/3 da jornada dos professores. Informou ainda que não discutem mais se vão implantar a lei ou não, pois a lei já foi aprovada, estão discutindo como implantar na rede municipal de ensino. Porém, estamos num ano difícil, convocando professores do concurso, sendo que, apenas 50% dos convocados assumiram. Uma das nossas preocupações está relacionada as 3 diferentes jornadas que existem na rede. Os professores podem ter problema com acúmulo de cargo.

O conselheiro do Sindiserv esclareceu que tem outros segmentos que compõem a comissão e que fizeram duas reuniões no sindicato, mas haverá reunião com a administração. Estamos discutindo a forma de como implantar a redução. Sabemos que de imediato não será implantada, mas não avaliamos ainda quando começaremos, porém a comissão não vai decidir, irá encaminhar para a rede.

O professor Paulo Neves ressaltou que a redução da jornada é uma questão que vem sendo discutida desde 2008, mas no mês de agosto de 2011 saiu a decisão final (o acórdão). Então, começamos tomar algumas iniciativas, por exemplo, insistir que governo cumpra a decisão judicial que estabelece o direito da redução da jornada aos profissionais da educação. Nesse sentido, abrimos o diálogo com alguns municípios. O sindicato entrou com uma liminar na justiça, na qual, determinou que o estado cumprisse imediatamente a lei, no entanto o governo do estado recorreu para a lei que estabelece 60 minutos na sala de aula e conseguiu no STJ, através de um agravo de instrumento, temporariamente, suspender a liminar. A APEOESP vai recorrer em Brasília e temos mais de 90% de chance de reverter. Temos decisão judicial ganha em Itapevi e outras 8 prefeituras já começaram cumprir a decisão do STJ.

A Secretária enfatizou que se tiver que cumprir imediatamente a decisão irá recorrer, pois com a redução teremos que contratar quase 1/3 a mais de professores.

A professora Nayara mencionou que como é uma lei federal e já está em discussão há um bom tempo, a responsabilidade é da secretaria de não ter se organizado ainda para implantar essa redução da jornada.

O Fernando esclareceu novamente que estão discutindo como implementar a redução da jornada e que desde 2010 estão debatendo sobre o estatuto, da mesma forma pretendemos fazer um debate franco, democrático e aberto com a categoria.

O professor Aldo Santos informou que já estamos num outro estágio de debate: faremos uma greve nacional nos dias 14, 15 e 16 de Março.

A professora Rosa ressaltou que montaram a comissão e que ainda não está completa, mas independentemente da secretaria já estamos encaminhando a discussão. Entretanto, a secretaria deveria estabelecer um calendário para tratar sobre essa questão. Precisam estabelecer um calendário e um prazo da intenção da secretaria.

O professor Aldo Santos encerrou reforçando que tem professores da rede municipal que são associados a APEOESP por isso continuaremos na luta e encaminhando as demandas.



Ponto abonado aos professores que se elegerem representantes para participarem das reuniões, encontros educacionais e Conferência da APEOESP:

            A secretaria vai encaminhar uma rede autorizando o ponto abonado aos professores que participarem das reuniões de REs da APEOESP.

            O sindicato vai encaminhar as datas das reuniões para a secretaria.



Sem mais,


Secretaria dos trabalhos da  apeoesp de São Bernardo do Campo


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