Região precisa de 2.000 educadores
terça-feira,
6 de março de 2012 7:00
Natália
Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
Lei federal determina
que o professor dedique um terço (cerca de 33%) da jornada de trabalho - de 40
horas semanais - ao planejamento das aulas, mas o Grande ABC está longe de cumpri-la. Em média,
os educadores da região usam 20% da jornada para atividades extraclasse. Para
estar em dia com a Lei Nacional do Piso Salarial do Magistério, seria
necessário contratar pelo menos 2.000 educadores na rede municipal.
Em São Bernardo, a secretária de Educação, Cleuza
Repulho, acredita haver necessidade de recrutar cerca de 1.000 professores, um
terço a mais do que os profissionais existentes na rede hoje. Atualmente, os
educadores do município utilizam 22% da jornada em atividades extraclasse.
Segundo a secretária
de Educação de Santo André, Cleide Bochixio, além de mais 700
educadores, o orçamento da Pasta teria de ser totalmente reformulado.
"Talvez teríamos até de eliminar programas", destaca. Para a
professora, o Ministério da Educação teria responsabilidade de auxiliar os
municípios com os custos dessa mudança.
Em Diadema, 20% da
jornada são utilizados para aperfeiçoamento. De acordo com a secretária de
Educação do município, Lucia Couto, a rede precisa de mais 220 educadores, o
que geraria impacto de R$ 2,5 milhões no orçamento da Pasta. "Nossa ideia
é estabelecer essa nova jornada até meados de 2014", comenta.
A Prefeitura de Mauá
informou que os docentes utilizam entre 10% a 25% da carga horária obrigatória
para planejamento. O impacto da mudança está sendo estudado. São Caetano
limitou-se a dizer que o departamento jurídico estuda a lei para implementá-la.
O mesmo acontece em Ribeirão Pires. Rio Grande da Serra não retornou.
Segundo o presidente
do Sinpro ABC (Sindicato dos Professores do ABC), José Jorge Maggio, o tempo
usado para atividade extraclasse na rede particular está na casa de 5%,
enquanto que na rede Sesi é 15%. "O professor precisa de mais tempo para
corrigir prova e se capacitar", considera.
UNDIME
A Undime (União
Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) pede que seja estabelecido
período de transição de até três anos para a implantação da novidade em toda a
rede de ensino nacional. A expectativa é de que o parecer saia ainda neste mês.
Creche
Gonzaguinha recebe melhorias
A Prefeitura de
Santo André entregou ontem a reforma e revitalização da creche Gonzaguinha,
localizada no Parque Erasmo. A ação faz parte de projeto que prevê três
entregas de unidades, que receberam melhorias ou foram construídas, por semana, até o mês de abril.
A unidade localizada
na esquina das ruas Cajobi e Ipanema é uma das creches mais antigas da rede,
construída há mais de 20 anos. Foi inicialmente projetada para receber crianças
com idade acima de 4 anos, mas agora atenderá 154 alunos de zero a 3 anos.
Com investimento de
R$ 955.275,42, o espaço ganhou lactário (área utilizada para a preparação das
mamadeiras), fraldário, solário (onde crianças e bebês tomam banho de sol) e
parquinho apropriado, com brinquedos e piso emborrachado.
Segundo a secretária
de Educação, Cleide Bochixio, foram criadas dez creches desde 2009. Atualmente
a rede conta com 31 unidades. "Além de ampliar o atendimento, queremos
trazer qualidade para o ambiente de aprendizado", destaca.
Maioria das
cidades paga mais que o piso nacional
A Lei Nacional do
Piso Salarial do Magistério Público também estabelece piso salarial de R$ 1.451
por jornada de 40 horas semanais para docentes em todo o País. A novidade, que
representa reajuste de 22%, só trouxe impacto para Ribeirão Pires, onde o
professor formado em Ensino Superior tem salário de R$ 1.424,98. Com a
determinação, estima-se gasto extra de R$ 2.563.452,22.
Os demais municípios
informaram já pagar salários acima do piso nacional para profissionais
graduados por jornada de 40 horas semanais. Em Santo André, o piso é de R$
2.600, enquanto que em São Bernardo os profissionais recebem R$ 2.400. Já
Diadema paga R$ 2.868 e, em São Caetano, os educadores recebem R$ 1737,66 por
100 aulas por mês. Em Mauá, o professor graduado no Ensino Superior recebe R$
2.200 por jornada de 40 horas semanais.
Na rede estadual, os
educadores recebem R$ 1.894,12 por 40 horas semanais trabalhadas
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